quarta-feira, 8 de maio de 2013

Crônica de um dia qualquer


O relógio toca, 4h50, hora de levantar. Mais uma noite em claro, acompanhada dos mesmos fantasmas.
Minuto após minuto tento reunir forças para mais um dia. O tempo não para de correr enquanto divago.
É tudo automático e exato, levantar, tomar banho, colocar o uniforme, e sair da segurança do  lar, se posso chamar de lar, para mais uma longa viagem. 05h12, nem 05h10 e nem 05h15, sempre saio às 5h12.
E tudo se repete. Os mesmos rostos cansados e sonolentos, o mesmo simpático motorista, o mesmo banco em qual me sento, o mais escondido entre todos, a mesma paisagem, os mesmos sentimentos que me sufocam.
Agora é só colocar a mascara de todos os dias, esconder quem sou e morrer mais um pouco.
As horas passam. Meus sorrisos e frases prontas se desgastam no percurso de ser quem devo ser e esconder quem sou.
O dia é substituído pela noite e os sorrisos por lagrimas.
Em breve retornarei para a companhia de meus fantasmas, na agonia que me cala e nas perguntas sem respostas. Em meus sonhos despertos verei novamente as rosas que morrem e acalentarei meu coração com a certeza que nada é eterno.
Amanhã será mais um dia, automático e exato, apenas mais um dia que em breve terá fim.



Obrigada pela visita!
Beijos com borboletas azuis!


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